calmaria de bonança me inunda os braços de mar
já caídos sob a maré vazia do teu corpo
lua cheia numa madrugada suave e límpida
como água corrente
sussurrar de ramos floridos no outono
frases soltas e dispersas, soluçando nesta mesa
de telhas partidas
Ouvi-te. Cantavas no cimo da colina, com um
pássaro poisado no corpo mansamente belo e
transparente.
Queria viver assim, simples, crua, fluida.
Como uma estrela pendurada nos teus cabelos.
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Os silêncios
Não entendo os silêncios
que tu fazes
nem aquilo que espreitas
só comigo
Se escondes a imagem
e a palavra
e adivinhas aquilo
que não digo
Se te calas
eu oiço e eu invento
Se tu foges
eu sei não te persigo
Estendo-te as mãos
dou-te a minha alma
e continuo a querer
ficar contigo
Maria Teresa Horta
--
Francisco Carrilho
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